sábado, 25 de maio de 2019

Relembre a campanha do Campinense na Série B 2009, último time paraibano a disputa a segunda divisão nacional

Há dez (11) anos, a Paraíba recolocava um clube na Série B do Brasileirão, com o acesso do Campinense, que voltaria a disputar o segundo escalão nacional, após 17 anos, quando em 1992 ficou na 16ª posição entre 32 clubes.

A preparação do clube para a disputa foi caracterizada por uma reconstrução do elenco, após um Estadual decepcionante, onde parou nas semifinais, quando perdeu para o Sousa, que se tornaria o campeão paraibano daquele ano. O treinador responsável por essa montagem foi Ferdinando Teixeira, que substituiu Freitas Nascimento. A grande expectativa do começo da temporada era o meia-atacante Aílton, ex-Werder Bremen, mas que acabou dispensado.

Como citou o texto da Revista Placar no Guia do Brasileirão 2009, o que “viesse era lucro” na campanha da equipe, ou seja, o grande objetivo era a permanência na divisão, mas que o rebaixamento era totalmente possível (e previsível), ainda mais pela falta de experiência da equipe.
Entre os 19 clubes que iria enfrentar, o Campinense havia enfrentado apenas três equipes em outras campanhas de Série B: ABC (cinco jogos), Ceará (dois jogos) e Fortaleza (quatro jogos). A primeira partida era ótima para ganhar confiança, mas veio uma derrota…

No dia 8 de maio de 2009, uma sexta-feira, às 21 horas, o Campinense recebia o Duque de Caxias, em uma das partidas mais alternativas da “era atual” da Série B. O adversário vivia um sonho surreal, até mais que o Campinense. O jogo começou bom para os paraibanos, com Tiago Cavalcanti marcando o primeiro da volta da Raposa à segunda divisão nacional, mas Thiaguinho e Edivaldo viraram a partida.

Depois da derrota em casa, o clube teve mais três derrotas: Brasiliense (2 x 1), Guarani (2 x 1) e Ipatinga (5 x 1). A primeira vitória foi contra o Atlético Goianiense, em casa, na quinta rodada, com um 2 a 1, com gols marcados por Rodrigo Broa e Leandro Fonseca.

Depois dos primeiros três pontos, foram mais quatro jogos com derrota, dessa vez, para Bragantino (3 x 2), Fortaleza (4 x 2), Ceará (2 x 0) e América-RN (1 x 0). O reencontro com a vitória veio contra o Juventude, no Amigão, quando a equipe venceu pelo placar mínimo, com gol de Fábio Júnior, aos 44 minutos do segundo tempo.

Coincidentemente, a mesma sequência para conseguir a primeira e segunda vitória foi repetida: foram mais quatro derrotas para chegar a uma vitória. Os reveses foram contra Ponte Preta (3 x 0), Bahia (2 x 1), Vila Nova (2 x 1) e São Caetano (4 x 1). Novamente, como mandante, o Campinense derrotou o Figueirense, com uma vitória por 4 a 2, tendo Argel Fucks como treinador. Os gols foram marcados por Márcio Paraíba e Anderson Oliveira (hattrick).

Após a partida, um encontro muito esperado contra o Vasco, no Rio de Janeiro, derrotado sem muito o que fazer, por 3 a 0. Após esse jogo, o Campinense teve a melhor sequência invicta do time na disputa, com cinco jogos sem derrota, sendo dois empates e três vitórias. A primeira partida da série foi contra o Paraná, em empate por 2 a 2, dentro de casa. Na sequência, a primeira vitória fora de casa, 2 a 1 contra o ABC, gols de Buick e Edmundo. Novo empate, dessa vez, com a Portuguesa, 3 a 3. No começo do returno, duas vitórias: uma goleada para cima do Duque de Caxias, por 4 a 1 (gols de Fábio Santana, Washington, Edmundo e Nino Santos) e vitória no Amigão sobre o Brasiliense, por 1 a 0 (Edmundo). Foi a única vez que o clube teve duas vitórias seguidas na campanha.

Nas quatro partidas seguintes, a equipe revezou entre derrota e vitória. Perdeu para o Guarani, por 3 a 0 (22ª rodada) e Atlético Goianiense (24ª rodada), enquanto goleou o Ipatinga, por 5 a 1, na 23ª rodada, com gols de Fábio Santana, Edmundo (duas vezes), Washington e Fernandes, e fez 2 a 0 no Bragantino, na 25ª rodada, tentos marcados por Edmundo e Marcelinho Quarterole.

A sequência teve duas derrotas para a dupla cearense: 3 a 0 do Fortaleza e 3 a 1 do Ceará. Na 28ª rodada, o jogo mais maluco da equipe, um empate por 4 a 4, com o América de Natal, fora de casa, quando a equipe saiu perdendo por 2 a 0, conseguiu uma virada, mas tomou outra e o gol de empate saiu nos acréscimos. Edson Rocha (contra), Fábio Júnior, Anderson Oliveira e Kléber Romero fizeram os gols da Raposa. Depois disso, a equipe venceu o Juventude, fora de casa, por 1 a 0 (gol de Fábio Júnior), sendo a primeira equipe que o Campinense venceu as duas partidas da competição.

A campanha no returno vinha sendo bem melhor que a primeira parte da disputa, o que retardou a queda e fez a torcida manter as esperanças, mas três derrotas seguidas – Ponte Preta (3 x 2), Bahia (3 x 0) e Vila Nova (3 x 2) – tiraram a empolgação rubro-negra.

A vitória contra o São Caetano, na 33ª rodada, foi a última antes de decretar a queda, com dois gols de Edmundo. Na sequência, a equipe perdeu para o Figueirense (3 x 1) e na 35ª rodada, quando recebeu o Vasco, o rebaixamento foi definido, com uma derrota pelo placar mínimo.

Nas três últimas rodadas, o clube tinha um último objetivo: não ser o lanterna da competição. Na primeira partida, perdeu para o Paraná (3 x 0). No confronto direto com o ABC, a equipe fez 3 a 1 jogando em Patos, com gols de Marcio Paraíba, Edmundo e Daniel Paraíba, ultrapassou a equipe potiguar por um ponto e na última rodada confirmou a penúltima colocação, com um empate sem gols contra a Portuguesa.

Assim, foi a última participação do Campinense, ou seja, de um time paraibano, na Série B, com 36 pontos marcados, tendo 11 vitórias, três empates e 23 derrotas. A campanha do primeiro turno foi de apenas 14 pontos, enquanto no returno foi de 22 pontos. Durante toda a temporada, a equipe teve mais de 70 jogadores registrados, mas de nada adiantou. Alguns momentos bons da campanha podem ser guardados na memória, pois estar em uma Série B é algo para ser lembrado, mesmo com o bate e volta que a equipe teve.

Felipe Augusto / Série Z