quinta-feira, 9 de abril de 2020

Aldeone se diz preocupado com situação financeira do Sousa e teme pelo futuro do Atlético e do Nacional

O presidente do Sousa, Aldeone Abrantes, está preocupado com o futuro do Sousa na temporada. Mas não só do Dinossauro. Numa análise mais aprofundada, sobre equipes com estruturas semelhantes à do Alviverde, o dirigente do clube sertanejo diz temer pelo futuro desses times, que são os que mais sofrem com a paralisação do futebol brasileiro.

O mandatário do Sousa aproveitou para fazer uma crítica à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que no início da semana confirmou um auxílio financeiro apenas para clubes que disputam as competições nacionais, que não é o caso do Dinossauro.

- Infelizmente a CBF só olhou para alguns times. Ele fala que não é organizadora dos campeonatos (estaduais), mas o Sousa não disputa competição nacional, mas precisa pagar alvará à CBF, tem contas com a entidade. Sem ajuda, vai ser complicado para os times menores. Qual time vai aguentar 30 ações trabalhistas? O Nacional de Patos aguenta? O Sousa? o Atlético de Cajazeiras? Esse momento pode decretar o fim de vários times no país - avaliou o dirigente.

Sem receitas, alguns clubes brasileiros já começaram a se desfazer dos seus elencos. Alguns, que já atrasavam salários, podem vir a ser réus em ações trabalhistas. Sob essa perspectiva, Aldeone teme que no futuro essa paralisação do futebol brasileiro possa deixar de legado o fechamento de alguns clubes que não terão como se sustentar numa competição, tendo que pagar dívidas adquiridas agora.

- Você olha a situação do Campinense, sofrendo porque tem muitas dívidas. O Sousa tem alguns recursos para receber, mas que ainda não foram liberados - comentou.

Segundo Aldeone, patrocinadores e a prefeitura de Sousa têm recursos para repassar ao clube. A Federação Paraibana de Futebol (FPF) garantiu um repasse de R$ 10 mil a todos os clubes da primeira divisão do Paraibano. O principal valor, no entanto, que consta no planejamento financeiro do Dinossauro, é decorrente do programa de incentivo ao esporte do Governo do Estado.

Sem poder garantir nada ao elenco, Aldeone revela que vem falando diariamente com alguns atletas, tentando mostrar a situação atual do clube. A grande parte do grupo, no entanto, tem contrato até o fim de maio, o que preocupa o dirigente.

- Todos os clubes se planejaram, contando com esse repasse do Governo. A gente está na espera. Eu venho falando com os jogadores, pedindo calma. Assim que recebermos os recursos vamos pagar a eles. Nosso time vinha bem, é um grupo maravilhoso. Mas não sei se vamos conseguir segurar todos. Alguns atletas despertaram interesses do Atlético de Cajazeiras, do Treze, do Botafogo-PB. Se recebermos alguns repasses, temos condição de renovar com a maioria, para seguir em busca do título - finalizou.

O Sousa foi um dos últimos times a paralisar a suas atividades no país, já que tinha um jogo atrasado com o Botafogo-PB pelo Campeonato Paraibano. No estadual, o time tem 13 pontos, é o vice-líder do Grupo B, fecha a zona de classificação da chave e tem cinco pontos de vantagem para o terceiro colocado, o Nacional de Patos. Assim como o Canário, o Dinossauro tem dois jogos por fazer na primeira fase.

GE