quinta-feira, 13 de junho de 2019

Com tanta dividas, a solução do Campinense poderia se declarar falência e ser refundado com um novo nome

O Campinense vive uma situação financeira para lá de complicada. Nessa quarta-feira, a nova diretoria da Raposa abriu a “caixa preta” e revelou dívidas que ultrapassam o valor de 20 milhões de reais. Diante dessa situação, a diretoria chegou a falar sobre a possibilidade do clube declarar falência e ser refundado com um novo nome, mas deixou essa questão em aberto. A caótica situação do Rubro-Negro não é novidade no futebol, outros clubes já passaram por esse mesmo problema. Em algumas ocasiões, grandes clubes declararam falência, foram rebaixados, e depois ressurgiram na elite do esporte.

- Se isso fosse uma empresa séria, já teria fechado - afirmou Erivaldo Ferreira.

A nova diretoria, que oficialmente só assume o Campinense na próxima sexta-feira, ainda não lançou uma proposta concreta para tentar solucionar os problemas financeiros do clube. Ao total são 62 processos, que, somados, podem ultrapassar o valor de 20 milhões de reais. Sem recursos para arcar com as dívidas, uma das possibilidades seria decretar falência e reabrir o clube com um novo nome. Mas o novo presidente raposeiro, Erivaldo Ferreira, ainda não se posicionou a respeito, nem a favor, nem contra. Ele se esquivou dessa possibilidade e disse estar procurando parceiros para ajudarem o clube.

- Estamos batalhando, analisando e usando toda a nossa experiência para sair batendo de porta em porta tentando achar uma maneira de superar esse momento. Neste instante eu não tenho essa resposta - disse o presidente do Campinense.

Esta não é uma situação inédita no futebol. Em outras ocasiões, grandes clubes já sofreram situações semelhantes e, depois da medida drástica, conseguiram se reerguer para manter viva a tradição de suas camisas.

Itália, Espanha, Escócia...
Ao longo da história, o futebol italiano viu clubes para lá de importantes abrirem mão da elite da Série A para tentar a sobrevivência. Foram os casos de Napoli, Fiorentina e mais recentemente o Parma. Na Espanha, o Deportivo La Coruña passou por isso. Todos os exemplos europeus citados conseguiram retomar os seus postos na primeira divisão.

Outra história recente no velho continente aconteceu na Escócia. O tradicional Glasgow Rangers sofreu uma intensa crise financeira e acabou decretando falência. As dificuldades foram enormes, mas a equipe, que passou a ser chamada Rangers Football Club, conseguiu a redenção, voltando à elite do futebol escocês.

No continente sulamericano, o caso emblemático é o do Racing. O clube argentino chegou a declarar falência no ano de 1999 e, diante de tanta pressão da torcida, vive um momento mais difícil de sua história. O tempo passou e a Academia se reergueu. Em 2019, foi campeão nacional.

No Brasil, há exemplos interessantes, como o Operário do Mato Grosso do Sul, que conseguiu sobreviver. O clube chegou a ficar mais de anos sem calendário nacional, mas na temporada passada, foi campeão estadual, recuperando a credibilidade.

Guarabira mostra que é possível sobreviver
A Paraíba também já conviveu com uma situação semelhante. O caso foi da Desportiva Guarabira, que optou por essa mesma estratégia. O clube do Brejo foi fundado em 1930, ainda como Guarabira Futebol Clube. Posteriormente, em 1936, foi refundado com o nome de Guarabira Esporte Clube. Em 2004, o clube fecha novamente as portas e ressurge no ano seguinte, dessa vez, como Associação Desportiva Guarabira, herdando patrimônio e escudo do clube, que permanecem até os dias de hoje.

Ainda não se sabe qual o rumo do Campinense. O segundo maior campeão estadual da Paraíba, único do estado a erguer uma taça de Copa do Nordeste, vive, sem dúvida, um dos momentos mais complicados de sua história centenária.

GE