sexta-feira, 6 de maio de 2016

O técnico Cleibson Ferreira relata como foi mudou uma história

O treinador Pernambucano Cleibson Ferreira (45), um então desconhecido do futebol Cajazeirense desembarca na cidade de Cajazeiras talvez com um dos desafios mais difícil de sua carreira profissional. Livrar o dado como certo rebaixamento do tradicional clube Atlético de Cajazeiras, o clube vinha de repetidas derrotas, sendo derrotado nos quatro primeiros jogos que disputou, dado como certo seu rebaixamento, pior ataque, pior defesa, pior mandante, pior visitante.

Quem em sana consciência aceitaria tal desafio?  uma história já escrita para a derrota.
Assim foi o quadro que o professor Cleibson Ferreira encontrou ao chegar neste grande lugar chamado Cajazeiras.
Hoje tirei um pouco do meu tempo e procurei de muitas formas encontrar ou ligar para este corajoso treinador e conseguir através de alguns amigos desta simpática cidade o contato do professor e fazermos assim um bate papo descontraído, onde o corajoso treinador se mostrou um profissional altamente equilibrado, inteligente, educado e realmente CORAJOSO.

O que vamos passar agora para os meus leitores é um pouco desta conversa que vejo de muito agrado pra mim um mero torcedor do meu Flamengo e simpatizante do grande Campinense.

Pergunta: Professor Cleibson Ferreira, não sei se é a primeira vez que o senhor vem trabalhar no futebol paraibano, mas espero que tenha sido bem recebido e que este povo tenha deixado uma verdadeira imagem do que somos capazes de fazer aos nossos visitantes e profissionais que vem nos ajudar a desenvolver o nosso pobre mais insistente futebol paraibano, seja bem vindo professor.
Resposta: Primeiramente agradeço a oportunidade de bater este papo com você, e dizer que mais uma vez  com certeza fui muito bem recebido, já que como atleta profissional tive a oportunidade de jogar no futebol paraibano na equipe do Esporte de Patos.

P: Professor como surgiu o convite de comandar a equipe do Atlético e o que o senhor achou quando chegou ao clube?
R: Na verdade o convite surgiu depois de uma conversa com o Narcisão diretor de futebol do clube, eu na verdade já havia acertado tudo para o futebol cearense com a equipe do Icasa, mas como acontece coisas que nós não sabemos explicar, no dia da viagem para o Icasa, do nada deu tudo errado e neste dia mesmo já estava viajando para cá (Cajazeiras). Quando você aceita um convite logico que buscamos informações sobre a equipe e foi o que fiz aqui, e sabia que a equipe não vinha bem, se não estivesse não haveria o porque da mudança, mas não vou mentir, as dificuldades foram bem maiores que eu imagina encontrar.

P: Professor, todos os meios esportivos até mesmo devido as atuações do clube no inicio da competição, colocava o atlético como um dos prováveis clubes a ser rebaixado, o que foi preciso fazer para mudar todo um quadro desfavorável?
R: Sim, verdade que as coisas não estavam bem, tínhamos muita coisas por fazer, ajustar o que tinha para ajustar, e fazer muitas correções, mas eu tinha que dar uma mexida psicológica nos atletas, dar um padrão tático com as peças que tínhamos, e isso exigiu muito trabalho e entrega de todos, o comprometimento de cada pessoa envolvida teria que ser por completo se quiséssemos sair daquela situação. Foi onde tivemos outro grande problema, depois da equipe começar a entender o que queríamos tivemos que tomar uma outra medida muito importante neste processo, que foi afastar do grupo todos aqueles atletas que não estavam se comprometendo com a nossa luta, e para isso tinha que contar com ajuda da diretoria, pois tínhamos que fazer mudanças, dispensamos 12 atletas e trouxemos uns 8 que realmente entendesse a nossa causa, e graças a Deus deu certo.

P: Professor, soubemos que durante a competição alguns clubes fizeram convites para você deixar o Atlético, o que te fez ficar em um clube com tantas dificuldades?
R: Rapaz (risos), conversei com muita gente e todos me questionaram sobre o porque resolvi ficar, eu tinha uma meta para conquistar, seria importante pra mim dar sequência a frente do grupo, eu trouxe alguns jogadores, dispensei outros, mexi muito na estrutura tática do clube, os atletas confiavam em mim, a diretoria ou parte dela confiou no meu trabalho, não seria justo abandonar o clube naquele momento, era importante conseguir o nosso objetivo, que graças a Deus e ajuda de todos conseguimos conquistar e de forma antecipada.

P:  Professor, conversando com alguns amigos de Cajazeiras, soube que um determinado programa esportivo local fez uma enquete sobre se aprovavam o seu retorno, e o resultado foi de uma unanimidade, aproximadamente 150 ligações e todas sendo favorável ao seu retorno, diante dessa situação, o senhor tem interesse de voltar ao trovão azul, ou se há algum outro convite estado?
R: Eu soube desta enquete e fiquei muito feliz , mas sabemos que futebol é tudo muito rápido, caso não tivéssemos conseguido o nosso objetivo, as coisas seriam bem diferente, mas, respondendo a sua pergunta sobre a permanência, as possibilidades sempre existem, como também de ir para outro clube, oficialmente ninguém da diretoria veio com proposta formada e sim comentou do interesse de continuar contando com o serviço da comissão técnica, principalmente infelizmente o calendário do clube para este segundo semestre é indefinido.

P: Perguntei sobre esta possibilidade de o senhor deixar o clube por outro, porque um passarinho me contou (risos), que o Auto Esporte, Sousa e Paraíba seriam alguns prováveis destinos do professor, isso tem algum fundamento?
R: No futebol tudo é possível, como também ir para outro estado ou alguma outra equipe, somos profissionais, vivemos disso é nosso profissão, sempre gostei da Paraíba, o povo de Cajazeiras me recebeu muito bem, tenho amigos dentro e fora do campo hoje desta cidade, o estado em si, é bom de trabalhar, vem crescendo muito e pra mim, acho interessante dar sequencia por aqui mesmo (estado da Paraíba), mas como falei não está descartada a possibilidade de ir para outro estado.

P: Professor, sobre esquema tático, ouvindo alguns comentários a respeito de como sua equipe se comportava, falou-se muito que era uma equipe que se defendia muito bem, outros que o senhor era retranquero, como o senhor definiria o treinador Cleibson Ferreira?
R: Falando de esquema tático isso é muito complexo, eu tenho que ter uma equipe competitiva com o elenco que tenho em mãos, eu tive que arrumar a casa, e dar um padrão tático com as peças que eu tinha, a equipe sofria muito gols, deixava espaço, saia desorganizadamente e isso conseguimos corrigir, e talvez isso algumas pessoas imagina-se ser retranquero, o futebol moderno exige cada vez mais que o setor defensivo começa desde os atacantes, e é isso que minhas equipes fazem, marcam desde os atacantes, e não vejo como uma equipe defensiva se nós tivéssemos aproveitado a metade das oportunidades que criávamos em jogo, com certeza éramos o melhor ou um dos melhores equipes da competição. Quando corrigimos os nossos setores fomos uma das melhores equipe defensivamente falando, e éramos também um das poucas equipes fez gols quase todos os jogos na reta decisiva da competição.

P: O senhor se considera mais parecido com Pep Guardiola ou Diego Simeone?
R: Nenhum nem outro, admiro os dois, são grandes treinadores, cada um com uma filosofia tática bem definida, eu tenho o meu estilo, tem grandes exemplos de profissionais com quem trabalhei que tenho um pouco de cada um, fui moldado com o tempo, mas, tenho minha identidade própria.
Admiro as forma ofensiva, do Pep, e a organização defensiva do Simeone, cada um com as peças que tem, eu as vezes fico pensando, será que Simeone teria a mesma postura comandando o Barcelona? eu pessoalmente ele teria em parte mas nunca abriria mão de ter um trio tão ofensivo como Soares, Messi e Neymar, vc tem que ter o esquema de acordo com o seu elenco.

P: O senhor mencionou que tem um pouco de cada treinador com quem passou, quem foi o teror que você mais se espelha?
R: Como falei foram muitos treinadores que trabalhei como atleta, Givanildo Oliveira, tenho muito, Nereu Pinheiro Maurício Simões, trabalhando próximo, ou em comissão tenho outros grandes exemplos, Vanderlei Luxemburgo, PC Gusmão, Maurício Simões, vi de perto Geninho,  quando eu era do Sub 20 do Náutico e da equipe B.
Mas eu sempre busco mencionar um que aprendi muito, com sua postura dentro e fora do campo, se chama Paulo Emilio, grande treinador, experiente, estudioso, e um grande vencedor por onde passou.

P: Pesquisando sobre o senhor achamos muitos artigos esportivos, mencionando o senhor como
Luxemburgo do Nordeste, o que o senhor acha desta comparação e se deve a que?
R: Acho que foi devido ao meu momento afrente do Náutico de Recife, foram momentos inesquecíveis ganhamos tudo que podíamos, éramos uma equipe muito competitiva e vitoriosa, fomos campeões de tudo que podíamos e de forma invictas, ganhei muitos prêmios individuais naquele período, e foi justamente em um período que Vanderlei era dado como o melhor treinador do Brasil, tenho um perfil que cobro muito dos atletas, gosto de vencer, sei perder mais não gosto, fico chateado mesmo, busco sempre está entre os melhores, e isso culminou nestas comparações.
Eu pessoalmente não gosto, prefiro que me chame pelo o meu nome mesmo,  toda comparação trás alguns constrangimento e cobranças desnecessárias.

P: Professor e a seleção Brasileira, o que o senhor tem achado do comando de Dunga afrente da seleção?
R: Sou do pensamento da continuidade, acho que a continuidade pode dar certo o resultado ao final, Dunga fez grandes jogos pela seleção como outros nem tanto, é complicado falar do comando de uma seleção, junta os atletas e em 3, 4 ,ou uma semana de trabalho a equipe tem que ter um padrão tático e jogar contra seleções que já vem jogando juntos a anos, o Brasil passa por uma reformulação desde a geração 2008 quando terminou o ciclo Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Cafú, Roberto Carlos, o Brasil vem passando por esta renovação.

P: Você acha justo Dunga se o treinador da seleção?
R: Alguém colocou ele lá, e ele tenta fazer a parte dele, mas sabemos em história, currículos e momento, tinha alguns nomes mais experiente em comando merecendo ser convocado, exemplo de Muricy e o nome do momento Tite, são dois grandes treinador que estão em conquistas como treinador merecendo uma oportunidade de comandar a seleção Brasileira.

P: Professor para encerrar, o senhor tem o que para falar ao torcedor do Atlético?
R: Muito obrigado, e o Atlético está no lugar que nunca deve sair, que é a elite do futebol paraibano e que Deus abençoe a todos.

Professor em nome de toda a equipe "Os Bons de Bola", venho agradecer está riquíssima entrevista, onde me ensinou muito, te conhecer um pouco mais, saber de sua vida e deste pequeno milagre que foi salvar o atlético de uma catástrofe anunciada e esperada. Parabéns professor pelo excelente trabalho conduzindo o simpático e tradicional clube Atlético de cajazeiras, eu como Paraibano, neto de Cajazeirense, tenho um prazer de dizer que torço muito que o senhor continue no nosso futebol, a nossa terra é rica de grandes profissionais, mas sempre será e está de portas abertas para profissionais que venham abrilhantar ainda mais o nosso esporte mais amado.

Fonte: Os Bons de Bola

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