quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Acordo de leniência não tem andamento, e clubes e governo seguem sem acertos de dívidas

O dia 31 de dezembro foi a data máxima estabelecida pelo Governo da Paraíba para que o acordo de leniência, de reconhecimento por parte dos clubes sobre as dívidas referentes às supostas irregularidades com os recursos do Programa Gol de Placa, fosse selado. O dia chegou e, pelo que a reportagem do ge Paraíba apurou, nada ficou definido entre as agremiações e a comissão responsável, que inclui também a Controladoria Geral do Estado, a Procuradoria Geral do Estado e dois promotores do Ministério Público.

O Botafogo-PB, por exemplo, foi um dos times que fez proposta para a quitação da dívida - encaminhando o acordo à Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer do Governo do Estado (Sejel-PB) - e que esperou, ao longo desta semana, alguma posição do Governo do Estado. Em contato com o presidente do Belo, Alexandre Cavalcanti, a reportagem do ge apurou que o clube alvinegro não obteve nenhum tipo de resposta e ainda aguarda retorno da comissão responsável.

O Treze também alegou falta de comunicação direta com o governo nos últimos dias. O presidente do Galo, Walter Cavalcanti Júnior, disse que "tudo segue do mesmo jeito" e que tem encontrado muita dificuldade para dar solução à essa situação.

Tudo segue do mesmo jeito. Sempre existe algum empecilho. Eu vejo com muita preocupação a sequência do futebol paraibano

Além dos dois representantes de clubes já citados, Alysson Lira, diretor de futebol do Atlético-PB, informou que nenhum acordo foi feito por parte do Trovão Azul. Já Phelipe Cordeiro, presidente do Campinense, informou que o plano de execução de 2020 já foi apresentado e que ainda aguardava o parecer do Departamento Jurídico sobre o acordo de leniência.

Até a publicação desta matéria, a reportagem do ge tentou contato também com os representantes do Nacional de Patos, Sousa e São Paulo Crystal, além dos representantes da comissão responsável pelo acordo de leniência, e não obteve sucesso nas recorrentes tentativas. Da mesma forma aconteceu com o CSP, que foi rebaixado neste ano.

Quem está livre do impasse também encontra dificuldade

Apenas Perilima e Sport-PB, das equipes que disputaram a elite do futebol paraibano neste ano, estão aptos a receber as verbas que o programa do governo oferecia para o ano ainda vigente. O Carneiro já havia enviado, desde a última semana, toda documentação necessária e solicitada para que o pagamento entrasse na conta do clube.
A Perilima confirmou que enviou todas as suas documentações no início desta semana, teve aval de aceitação por parte do governo, mas ainda está com a sua demanda em análise.

A possibilidade de acordo apareceu após os clubes da primeira divisão do Campeonato Paraibano alegarem falta de condições financeiras para disputarem o estadual da próxima temporada, que, por ora, segue sem perspectiva de que aconteça. Houve cobrança por parte dos representantes das agremiações de que os recursos do Programa Gol de Placa e também do Programa de Incentivo ao Esporte, lançado em janeiro deste ano, estariam atrasados.

Um documento cancelando a participação das equipes foi assinado por dirigentes de Atlético-PB, Campinense, Nacional de Patos, Perilima, São Paulo Crystal, Sousa e Treze apoiaram a não realização do estadual. A exceção foi o Botafogo-PB, que até enviou representantes à reunião, mas de maneira extraoficial, apenas como ouvintes.

GE

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