domingo, 24 de outubro de 2021

Marcelinho Paraíba admite mágoa com o Treze e afirma que sua saída do clube foi um "tiro no pé"

Marcelinho Paraíba é uma das figuras mais emblemáticas do futebol brasileiro. Com uma vitoriosa — e polêmica — carreira dentro das quatro linhas, o craque se aposentou aos 45 anos, defendendo a camisa do Treze, onde é um dos maiores ídolos da história recente do clube. Foi no Galo também que o eterno camisa 10 deu os seus primeiros passos na carreira de treinador, quando comandou, no início da atual temporada, a equipe de Campina Grande na Copa do Nordeste, Copa do Brasil e no Campeonato Paraibano. Demitido após uma sequência de maus resultados no estadual, Marcelinho, em entrevista ao programa Bom Dia Paraíba, da Rede Paraíba de Comunicação, admitiu guardar mágoa do Alvinegro e garantiu que sua saída do clube foi um “tiro no pé” dado pela diretoria galista.

Marcelinho defendeu o Treze por três temporadas. Em 2017, foi um dos nomes que levaram o Galo da Borborema ao vice-campeonato estadual e, consequentemente, de volta à disputa de um campeonato nacional após três anos de ausência. Um ano depois, em 2018, regeu o meio campo galista rumo ao inesquecível vice-campeonato brasileiro da Série D. Em 2019, já sentindo o peso dos 44 anos de idade, ajudou a equipe a livrar-se do rebaixamento à quarta divisão. Por fim, em 2020, novamente tentando impedir que o time fosse rebaixado, revogou a sua aposentadoria e, aos 45 anos, entrou em campo nas últimas duas rodadas da Série C do Brasileirão. Com sua vasta experiência, ele buscou incendiar os ânimos de seus colegas de equipe, no entanto, sem sucesso.

,Mesmo com a queda, a atitude do ex-meia foi vista como uma prova incontestável de sua idolatria, e por isso, em meio à uma crise financeira que começava a se instaurar no Estádio Presidente Vargas, Marcelinho Paraíba foi visto como a pessoa perfeita para comandar, dessa vez da área técnica, o Treze na recheada temporada 2021. Após uma boa aparição na Copa do Nordeste, o torcedor trezeano ficou decepcionado por não ver a equipe conquistar no estadual os mesmos resultados. Com oscilações de rendimento, resultados perdidos e derrotas para os maiores rivais, o novato técnico não resistiu à pressão e foi desligado do clube. Para Marcelinho, dadas todas as dificuldades que enfrentou, o mesmo foi vítima de uma injustiça por parte dos dirigentes trezeanos.

— Eu considero que fui, sim, vítima de uma injustiça. Acho que não era o momento certo para eu ter sido demitido. Do meu ponto de vista estávamos indo bem, dadas as dificuldades. Passamos por alguma dificuldade no início do estadual, e era nesse momento que a diretoria deveria ter segurado os ânimos, esperado um pouco, mas se precipitaram em dar fim a um trabalho que vinha dando frutos. Antes de uma partida decisiva contra o São Paulo Crystal eu fui demitido e acabou chegando um treinador que não conhecia o grupo justo na semana do jogo. O resultado foi a eliminação e, na sequência da Série D, também maus resultados. Acredito que foi um tiro no pé dado pela diretoria, que acabou culminando em todo esse momento triste que o Treze está vivenciando — afirmou.

É inegável que o Treze atravessa um dos seus piores momentos dos últimos anos. Com menos de 35% de aproveitamento em todas as competições que disputou no ano, o time possui no calendário para 2022 apenas o Campeonato Paraibano, ou seja, terminará as suas atividades ainda no primeiro semestre. Atravessando severas dificuldades financeiras, a crise se estende também para fora do gramado, uma vez que após a renúncia do vice-presidente João Paiva Filho, na última quarta, e com o presidente efetivo do clube, Walter Cavalcanti Júnior, ainda afastado pelo STJD, o presidente do Conselho Deliberativo, João Targino Alves, convocou reunião no decorrer da semana e afirmou que novas reuniões serão convocadas se o mandatário alvinegro não retornar ao cargo. Marcelinho, um dos grandes nomes recentes da história do time, é ciente da dificuldade do momento e revela torcer para dias melhores no Alvinegro.

— A situação do Treze é, de fato, complicada, e para o treinador conseguir contornar isso fica difícil. Depois de mim vieram mais dois treinadores e os problemas continuaram, tanto que foi eliminado na Série D e acabou complicando o calendário da próxima temporada. Eu fico muito triste. É um gigante do nosso estado e eu torço para que os dirigentes consigam contornar logo essa situação — pontuou.

,Após a conturbada saída do Treze, o técnico ficou sem atuar até o último mês de setembro, quando foi anunciado pelo Sport Lagoa Seca, equipe que disputa a 2ª divisão do Campeonato Paraibano. No entanto, duas semanas depois do início da pré-temporada do clube, o torcedor foi surpreendido com a saída de Marcelinho do comando do Carneiro. De acordo com o professor, a decisão de entregar o cargo se deu por problemas extracampo que, segundo ele, não condiziam com o seu caráter.

— Nós começamos um trabalho com muita empolgação. Me foi apresentado um projeto que me motivou bastante, e por isso assinei o contrato. Começamos a pré-temporada, e depois de 15 dias começaram a surgir alguns problemas extracampo do qual a minha personalidade, o meu caráter, não concorda. Então decidi entregar o cargo e me recolher na minha casa para estudar ainda mais e aguardar outras oportunidades para dar sequência na minha carreira.

GE

Nenhum comentário:

Postar um comentário