quarta-feira, 29 de abril de 2020

Sousa admite atrasos salariais e diz que ajuda da FPF serviu para quitar FGTS dos jogadores

O presidente do Sousa, Aldeone Abrantes, voltou a manifestar preocupação com o futuro dos clubes paraibanos na pandemia do novo coronavírus. O dirigente sertanejo participou da segunda reportagem da série Futebol Paraibano na Pandemia, da Rádio CBN, e admitiu que o Dinossauro convive com os salários atrasados e que teve que fazer uma escolha para dar destino à ajuda de R$ 10 mil doados pela Federação Paraibana de Futebol (FPF).

Aldeone manteve a linha realista que vem adotando ao falar da crise econômica que assola o futebol brasileiro com a pandemia. Após dizer que muitos estão fadados a fechar as portas se não houver uma ajuda financeira, ele voltou a tocar no assunto em entrevista ao radialista Mário Aguiar.

- Aqui nós estamos devendo o mês de março e o salário de carteira de abril. Recebemos 10 mil reais da Federação, colocamos em dia o FGTS dos atletas pra que eles possam ter garantia do seguro desemprego. Então, nós não temos nenhuma esperança, nenhum plano pra a gente apresentar para os atletas porque a gente não tem certeza de absolutamente nada. Nem certeza dos patrocinadores, nem certeza de quando começa o campeonato - lamentou Aldeone.

Os reflexos disso já podem ser sentidos na prática. O Dinossauro liberou o goleiro Camilo, que teve a rescisão de seu contrato publicada pelo BID nesta terça-feira, com isso ele pode da entrada no FGTS. Como o Campeonato Paraibano estava previsto para terminar no último domingo, muitos jogadores ficarão sem contratos no fim do mês. Se a competição for retomada, o clube teria que fazer aditivos para manter o elenco.

É bom lembrar que o Sousa já estava praticamente classificado para as semifinais do estadual. Quando o campeonato foi paralisado, o time sertanejo dividia a liderança do Grupo B com o Campinense. Agora, Aldeone sequer sabe se terá condições de entrar em campo. Fazendo uma projeção a médio prazo, não sabe nem mesmo se o clube seguirá em atividade.

Para Aldeone, uma solução seria o aporte do programa de patrocínio do Governo do Estado, lançado em janeiro, mas que até agora não saiu do papel. Sem ele, e também sem arrecadações, dificilmente os clubes teriam como sobreviver. As dívidas contraídas em 2020 podem acelerar o processo de falência. Por isso, o cenário é desolador.

- O futebol da Paraíba está extinto. Pelo menos em grande parte. Vai sobreviver apenas três ou quatro clubes, o restante vai enrolar o material, a bandeira, a história, fechar a sua sede - antecipa.

A segunda reportagem da série Futebol Paraibano da Pandemia, da Rádio CBN, aborda exatamente o impacto da crise nos clubes. A reportagem completa está no Jornal da Paraíba.

GE